Da próxima vez que for a um restaurante ou a um bar, e não queira que o empregado se vingue de si, colocando uma mosca ou outros ingredientes afins, como cuspo, bactérias, fungos na sua refeição, é aconselhável que não seja arrogante, impaciente ou mal-educado com os mesmos.
Especialmente no verão, que é uma época de maior azáfama, muito propícia a este tipo de situações.
Fiquem bem.
Ilustração de RG
"O Caminho de Santiago" é protagonizado pelo cantor galego Xoel López, que embarcou nesta viagem como guia e como narrador, mas também como mais um peregrino. Tendo o Codex como referência, Xoel deixa-se levar pela inspiração da tradição que as aldeias e cidades emanam para percorrer o Caminho e para compor as músicas que nos acompanham nesta viagem. Apesar de ter nascido numa localidade perto de Santiago, é a primeira vez que Xoel percorre a rota Jacobea. Tudo começou quando Xoel descobriu, por acaso, que a cidade holandesa de Haarlem esconde, debaixo dos seus canais, albergues para peregrinos semelhantes aos da Idade Média.
"O Caminho de Santiago" é a crónica do percurso de Xoel López desde Haarlem (na Holanda) até Santiago de Compostela (em Espanha), no qual palmilha mais de dois mil quilómetros, passando por aldeias, cidades e paisagens europeias. O nosso protagonista não explorou só os lugares, mas também as gentes e as suas tradições e foi-se deparando com referências antigas e contemporâneas que enriqueceram a sua bagagem pessoal e musical na união das suas três grandes paixões: viagens, viajantes e música.
Levando apenas um computador portátil e alguma roupa, Xoel vai encontrar todo o tipo de dificuldades e companhias. E seu primeiro desafio prende-se com o facto de ser um menino da cidade e não ter tido muito contacto com a natureza; o segundo deve-se a ter proposto seguir as pisadas dos peregrinos medievais, sem renunciar a algumas comodidades do século XXI. Assim, pode beneficiar com a modernização dos transportes e atingir o objectivo de utilizar o maior número de meios: comboio, bicicleta, barco ou a pé.
No início da série, Xoel sai do comboio em Haarlem e dá inicio a uma aventura que vai fazer com que percorra a Holanda, Bélgica, França e Espanha.
Fonte: National Geographic Channel
Grafismo RG
"Sobreiro" - Óleo s/Tela, pintura de El-Rei D. Carlos I
O sobreiro (Quercus Suber), da família dos carvalhos, é das árvores florestais mais abundantes em Portugal, colocando-se em área ocupada logo a seguir ao pinheiro. O sobreiro é a única árvore produtora de cortiça da região mediterrânea. Entre as características que o distinguem dos restantes carvalhos, sobressaem:
A) O considerável desenvolvimento que pode atingir o invólucro suberoso do tronco e dos ramos;
B) A capacidade que a árvore tem de regenerar uma nova assentada geradora de cortiça quando se despojam aqueles órgãos do revestimento protector;
C) A homogeneidade e pureza do tecido suberoso e as suas notáveis propriedades físicas , mecânicas e químicas.
Portugal, embora sendo um país de área reduzida, produz mais cortiça que todo o resto do Mundo, isto só por si podendo explicar a razão do interesse que o sobreiro nos merece.
Uma sincera homenagem que faço a um dos meus cineastas favoritos, que realizou filmes de grande sucesso de bilheteira tais como "E.T", "A Lista de Schindler", "Amistad", "Munique" entre outros.
Ilustração de RG
Em Portalegre, cidade
Do Alto Alentejo, cercada
De serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros
Morei numa casa velha,
À qual quis
Feita para eu Morar nela...
Cheia dos maus e bons cheiros
Das casas que têm história,
Cheia da ténue, mas viva, obsidiante memória
De antigas gentes e traças,
Cheia de sol nas vidraças
E de escuro nos recantos,
Cheia de medo e sossego,
De silêncios e de espantos,
- Quis-lhe bem
Tão feita ao gosto de outrora
Em Portalegre, cidade
Do Alto Alentejo, cercada
De montes e de oliveiras
Ao vento suão queimada
( Lá vem o vento suão!,
Que enche o sono de pavores,
Faz febre, esfarela os ossos,
E atira aos desesperados
A corda com que se enforcam
Na trave de algum desvão...)
Em Portalegre, dizia,
Cidade onde então sofria
Coisas que terei pudor
De contar seja a quem fôr,
Na tal casa tosca e bela
À qual quis
Feita para eu morar nela,
Tinha, então,
Por única diversão,
Uma pequena varanda
Diante de uma janela...
Excerto de "A Toada de Portalegre" que é um poema de José Régio, dedicado à cidade que o acolheu durante mais de 30 anos. José Régio, poeta nascido na cidade de
Ilustração de RG