12.03.09

 

 

burrito_01 by rguerreiro74burrito_02 by rguerreiro74

E quando quero ver aquele amor meu

Eu pego no burrito e lá vou eu....

Burrito, ai, ai burrito: coitadinho, pois este está muito mal cuidado.

 

Fotos tirada algures na Beira Alta.

publicado por RG às 02:31

 concha by rguerreiro74

 

Para gerar outra vida, a concha recebe a areia, que incomoda, e fere, e magoa, mas que, por defesa e ânsia de criação, a ostra envolve com camadas e camadas de Nácar puro...
(Como proteção, envolve o mínimo grão com sua melhor produção...)

E este, ínfimo grão mutante, de mais um entre milhares torna-se único.
Aquele que, burilado pelo tempo e pelo esforço, pelo contínuo trabalho,
pelo doar-se constante de sua agora origem, torna-se pérola...
Que se mostra, e vive, e brilha, apenas e tão somente quando a concha se abre...
Ouse, nesta vida, ser concha!
Permita-se, nesta vida, ser pérola!
Quando alguém te magoar ou te ferir, revista-se da mais preciosa jóia de Deus: cubra-se de amor e ternura.
Se seguirmos o exemplo da concha, o ódio não terá como se desenvolver,
mais o amor se estenderá e será o revestimento mais belo e precioso que
será dado em troca de toda areia da vida que venha nos ferir.

 

Autor Desconhecido

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publicado por RG às 01:49

 

lagos_02 by rguerreiro74

Aqui vou falar de uma encantadora cidade, onde tenho raízes familiares, do lado materno, que é a cidade de Lagos, a mais ocidental do barlavento algarvio - muito ligada aos Descobrimentos Portugueses, á Navegação Marítima, Pesca e Turismo. Uma cidade da qual sinto remorsos de não conhecer a 100%, pois vou lá quase sempre de passagem (os meus primos, que ainda lá vivem que me perdoem...), no entanto o que conheço dela, desperta em mim um encanto tremendo. Tem uma Marina lindíssima, com excelentes infra-estruturas, e algumas das praias mais bonitas de todo o algarve - Praia de D. Ana, Meia-Praia, Praia da Batata etc.. 

 

lagos_01 by rguerreiro74

Aliás tanto em Lagos, como em todo o barlavento, a paisagem natural e urbana não foram violentadas, nem adulteradas, como no resto do algarve (graças a deus). É como que tivesse preservado em boa parte essa autenticidade. A maquilhagem turística ou não - caso flagrante de Lagos - exerceu-se com uma discrição subtil, aquele secreto talento que sabe mostrar-se sem se exibir. Por sua vez, os Lacobrigenses (habitantes de Lagos), são um povo que tem muito orgulho e respeito pela sua cidade - são extremamente "bairristas".

Toda a zona histórica está bem preservada. As muralhas tiveram nesta luta contra avalancha do turismo a sua última batalha e a sua melhor vitória. Os responsáveis pela organização da cidade situaram os núcleos modernos extramuros e impuseram uma proporção que não destoa da escala humana da cidade antiga. Mas não se tratou de uma fronteira: do lado de fora tudo permitido;do de dentro tudo proibido. Nada disso; foi antes uma charneira introduzida com inteligência e respeito pelos valores já existentes.

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publicado por RG às 01:46

 

 

 tarouca_05 by rguerreiro74

Foto tirada nas ruínas do espaço exterior do Mosteiro de S. João de Tarouca.


alter by rguerreiro74

Venho-vos falar de um episódio bastante importante no entanto pouco conhecido, da história de Portugal, que aconteceu na bonita vila de Alter do Chão, situada em pleno Alto Alentejo, no distrito de Portalegre, bem conhecida pela famosa Coudelaria onde se apurou a  raça de cavalos lusitanos com o ferro Alter-Real (AR). Terra essa onde tenho raízes familiares, pois toda a minha família do lado paterno é oriunda de Alter do Chão.

Esse episódio retrata a história dos "Doze Melhores de Alter", que até foi recriado para uma peça teatral, pelo "Grupo Alterense de Cultura", aquando da reabertura do Castelo de Alter do Chão no dia 04 de Julho de 2008, que contou com a visita do Presidente da República Dr. Cavaco Silva e outras personalidades ilustres do concelho de Alter e do distrito de Portalegre.

Trata-se da luta pela defesa das liberdades autárquicas e do valor dos homens-bons dos municípios.

 (...) D. Afonso III (séc. XIII), após a reconquista cristã, concedeu um foral a esta povoação para animar os homens livres que fugiam das exigências e vexames das terras do Norte a fixarem-se ali, com estatuto de senhorio colectivo. O filho D. Dinis, concedeu novo foral, no qual dava aos moradores as garantias dos homens de Santarém. 

Entre outros direitos, os moradores de Alter tinham o de não ser vexados com a odiosa pousadoria. Só o rei e o seu séquito podiam, quando viajavam, instalar-se dentro da vila.  

A história na sua simplicidade brutal é esta. Um fidalgo de velha linhagem, Martim Esteves de Moles, ia de viagem e quis apousentar-se na vila. Os homens do concelho, que eram os lavradores mais respeitáveis (mais "honrados", dizia-se na época), entenderam que não tinha esse direito, e recusaram-lhe a guarida que ele pedia. Martim Esteves sentiu-se afrontado na sua honra fidalga: quem julgavam aqueles campónios que eram para assim ousarem resistir a uma ordem sua? Apresentou a sua indignada queixa ao rei. O monarca era então D. Afonso IV, justo e bravio. Deve ter mandado ver nos livros de que lado estava o direito, e a resposta veio clara e definitiva: os de Alter tinham razão e limitaram-se a exercer o direito que o foral lhes concedia. O fidalgo não entendia subtilezas destas. O seu direito era outro. Reuniu os irmãos, cada um arrebanhou os homens de armas que pôde, voltou a Alter e "matou os doze melhores homens de armas que aí havia".

Os melhores significa os de mais alta condição. Eram os lavradores mais antigos, os responsáveis pela administração municipal, e que ele podia com razão presumir serem os mesmos que se tinham oposto à sua entrada na povoação.(...)

O Profº. José Hermano Saraiva, citou uma vez numa palestra na televisão o seguinte: "Os nossos municípios mostram-se tão interessados na história local, por vezes tão empenhados na descoberta de figuras cujos nomes mereçam ser lembrados, que mal compreendo que esta extraordinária página de violência e de coragem na defesa das liberdades autárquicas tenha ficado tão completamente esquecida."

Passou o tempo, mas nada se fez. É mais fácil encontar em Portugal quem saiba quem foram os "Bourgeois de Callais", que quem lembre os "Doze Melhores de Alter."

Bibliografia: "O Tempo e a Alma" de José Hermano Saraiva, 1985

Foto-Montagem de RG 

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publicado por RG às 00:54

 

 

portalegre_pb by rguerreiro74portalegre by rguerreiro74

Em Portalegre, cidade

Do Alto Alentejo, cercada

De serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros

Morei numa casa velha,

À qual quis como se fora

Feita para eu Morar nela...


Cheia dos maus e bons cheiros

Das casas que têm história,

Cheia da ténue, mas viva, obsidiante memória

De antigas gentes e traças,

Cheia de sol nas vidraças

E de escuro nos recantos,

Cheia de medo e sossego,

De silêncios e de espantos,

- Quis-lhe bem como se fora

Tão feita ao gosto de outrora

Como as do meu aconchego.


Em Portalegre, cidade

Do Alto Alentejo, cercada

De montes e de oliveiras

Ao vento suão queimada

( Lá vem o vento suão!,

Que enche o sono de pavores,

Faz febre, esfarela os ossos,

E atira aos desesperados

A corda com que se enforcam

Na trave de algum desvão...)

Em Portalegre, dizia,

Cidade onde então sofria

Coisas que terei pudor

De contar seja a quem fôr,

Na tal casa tosca e bela

À qual quis como se fora

Feita para eu morar nela,

Tinha, então,

Por única diversão,

Uma pequena varanda

Diante de uma janela...

Excerto de "A Toada de Portalegre" que é um poema de José Régio, dedicado à cidade que o acolheu durante mais de 30 anos. José Régio, poeta nascido na cidade de Vila do Conde, foi para Portalegre em 1928 onde leccionou no Antigo Liceu. Aqui viveu até 1967, altura em que regressou à sua terra natal onde veio a falecer dois anos depois.

Ilustração de RG

publicado por RG às 00:50

 

obama_usa by rguerreiro74

Ilustração e Grafismo - RG

publicado por RG às 00:48

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